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Após superar os R$ 6 pela 1ª vez na história, dólar fecha a R$ 5,98

Evolução da taxa de câmbio com o dólar desde que o real foi estabelecido como moeda oficial do país substituindo o cruzeiro em1° de julho de 1994.Renata MARTINS

Renata MARTINS

A cotação do dólar superou, nesta quinta-feira (28), pela primeira vez na história, o patamar de 6 reais no Brasil, após o governo anunciar na véspera um ajuste fiscal de 70 bilhões de reais até 2026.

Por volta das 13h15, o dólar era cotado a 6,0004 reais, segundo o jornal Valor Econômico. Já de acordo com o site do Banco Central às 15h00, a cotação estava em 5,99.

Desde que o real entrou em circulação, em 1994, a moeda americana nunca havia atingido esse valor, de acordo com a série estatística do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O anúncio do ajuste de gastos públicos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca acalmar as preocupações do mercado sobre a saúde fiscal da economia brasileira.

Essas medidas reforçam “um absoluto compromisso do governo do presidente Lula com o equilíbrio fiscal” para “entregar para o país um sistema tributário moderno, justo, progressivo”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira.

Entre as ações, o governo planeja ajustar o aumento real do salário mínimo e rever tetos salariais e benefícios de servidores públicos, além de aposentadorias militares.

O objetivo é garantir o cumprimento da regra fiscal, que limita o crescimento dos gastos até 2026, quando termina o mandato de Lula.

As preocupações dos investidores sobre a capacidade do Brasil de cumprir seus compromissos fiscais pesaram sobre a economia ao longo do ano, apesar de bons resultados em indicadores como emprego, consumo e produção industrial.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB brasileiro deve crescer 3% em 2024, acima da média de 2,1% projetada para a América Latina e o Caribe.

Paralelamente ao pacote de cortes, o governo anunciou uma redução de impostos para cidadãos de renda média, buscando amenizar o impacto social do ajuste.

Para financiar essa medida, aumentará os impostos sobre os chamados super-ricos. “Quem ganha mais deve contribuir mais”, destacou Haddad.

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