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Georgieva insta Argentina a ‘manter o rumo’ das reformas econômicas

Cercado por policiais, manifestante exibe cartaz que diz, em espanhol, ‘Com o Fundo – em alusão ao FMI – não saímos do Fundo’, durante protesto convocado por aposentados pedindo um aumento de benefícios e contra o ajuste econômico do governo de Javier Milei, em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, em 23 de abril de 2025Tomás Cuesta

TOMAS CUESTA

“A Argentina tem demonstrado que desta vez é diferente”, mas deve “manter o rumo”, afirmou, nesta quinta-feira (24), a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, referindo-se ao programa de reformas econômicas do presidente ultraliberal Javier Milei.

A Argentina acordou com a organização financeira internacional um empréstimo de 20 bilhões de dólares (R$ 113,7 bilhões, na cotação atual), dos quais já recebeu US$ 12 bilhões (R$ 68 bilhões).

Se forem somadas as ajudas do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), anunciadas este mês, o país contará com 42 bilhões de dólares (R$ 238,8 bilhões).

Esta nova injeção de recursos deve permitir estabilizar o peso argentino e continuar com a queda da inflação, de 211% ao ano no final de 2023 para 55,9% em março de 2025, o último dado disponível.

Em troca, o governo suspendeu vários controles no mercado de divisas, vigentes desde 2019. E introduziu um novo sistema de flutuação em bandas para a cotação do dólar, com um mínimo de 1.000 e um máximo de 1.400 pesos, cujos limites serão ampliados ao ritmo de 1% mensal.

“A Argentina tem demonstrado que desta vez é diferente. Desta vez, há decisão de sanear a economia”, disse Georgieva, durante uma coletiva de imprensa sobre o país cronicamente endividado, que recebeu 23 empréstimos do FMI, contando com o último.

O governo o tem demonstrado “passando de um déficit alto para um superávit, de inflações de dois dígitos para uma inflação que em fevereiro caiu abaixo de 3%, passando da pobreza em mais de 50% para cerca de 37%, ainda muito alta, mas em queda”, exemplificou, durante as reuniões da primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington.

“O Estado está deixando de lado seu papel para permitir um dinamismo maior no setor privado”, acrescentou, a respeito das reformas impulsionadas por Milei, que desencadearam protestos contra as demissões e a paralisação das obras públicas.

Seria um risco que o país implementasse as mudanças sozinho, mas vem sendo acompanhado, lembrou Georgieva.

“Quando o programa foi anunciado, o impacto imediato nos mercados foi positivo porque, entre outras coisas (…), o país não está sozinho. Nós estamos aí, o Banco Mundial está aí, o Banco Interamericano de Desenvolvimento intensifica seu trabalho”, explicou.

Isso não significa que esteja isento de riscos.

“A piora do ambiente global, em igualdade de condições, impactaria negativamente a Argentina” e em nível nacional é muito importante que não descarrilhe na vontade de mudança” por causa das eleições legislativas de outubro, avaliou Georgieva.

“Até agora, não vemos que esse risco se materialize, mas insto a Argentina a manter o rumo”, concluiu a chefe do FMI.

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