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Mais de 100 manifestantes são presos em protesto pró-Europa na Geórgia

Polícia tenta dispersar manifestantes do lado de fora do Parlamento da Geórgia, na capital Tbilisi, em 30 de novembro de 2024Giorgi ARJEVANIDZE

Giorgi ARJEVANIDZE

Cerca de 100 pessoas foram presas na Geórgia no segundo dia de manifestações contra a decisão do governo de adiar as negociações sobre a adesão do país à União Europeia, anunciaram as autoridades neste sábado (30).

O país do Cáucaso tem sido abalado por uma crise desde que o partido governista, Sonho Georgiano, venceu as eleições parlamentares no final de outubro.

Tanto a oposição quanto a presidente pró-europeia, Salome Zurabishvili, alegam que as eleições foram fraudadas.

As tensões aumentaram na quinta-feira, quando o governo, acusado de tendências autoritárias pró-russas, decidiu adiar qualquer negociação de adesão à UE até 2028, embora tenha dito que pretendia fazê-lo até 2030.

A decisão levou a oposição pró-europeia a convocar manifestações na capital, Tbilisi, e em outras cidades do país, de acordo com o canal de televisão Mtavari.

Os protestos na noite de sexta-feira resultaram na prisão de 107 pessoas por “desobediência às ordens da polícia” e “atos de vandalismo”, informou o Ministério do Interior.

A polícia de choque usou gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes, que responderam jogando ovos e acendendo foguetes, observaram os jornalistas da AFP.

De acordo com a polícia, “dez funcionários do Ministério do Interior ficaram feridos” nas mobilizações de sexta. Na quinta-feira, 32 policiais ficaram feridos e 43 manifestantes foram presos, segundo a mesma fonte.

“O movimento de resistência começou […] Eu me solidarizo” com os manifestantes, disse na televisão na sexta-feira a presidente Zurabishvili, que tem poderes limitados segundo a Constituição.

“Permaneceremos unidos até que a Geórgia alcance seus objetivos: um retorno à via europeu e novas eleições”, acrescentou. O país é candidato a aderir ao bloco europeu desde 2023.

França, Ucrânia e o Conselho da Europa pediram moderação e respeito ao direito de manifestação pacífica.

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